Empresas
apelam ao emocional para prorrogar prazer de compra
Manoel Carlos Jr.
(*)
Pesquisas recentes comprovam que comprar um presente,
um sapato ou uma roupa dá prazer, isto é, ativa em nosso cérebro mecanismos
químicos de recompensa.
Comprar o que desejamos é um dos caminhos mais fáceis
– e talvez dos mais enganosos – para a felicidade. Porém, essa recompensa pode
custar caro e durar pouco. Normalmente, este momento de prazer acaba bem antes
da chegada da fatura.
O problema maior, mesmo para os que não se preocupam
com os gastos, é que esse mecanismo é similar ao do vício, tende a buscar a
reposição do prazer da compra com mais compras, podendo, assim, até desencadear
a depressão.
Para driblar esta armadilha, o marketing de
experiências vem difundindo a ideia de prorrogar a sensação de prazer, ou até
mesmo renovar essa sensação, com o passar do tempo.
Um dos exemplos mais simples é uma viagem. Além de
causar uma sensação mais intensa e duradoura, ela segue em nossa memória e
ainda é compartilhada e revivida através das redes sociais, expandindo, assim,
nossa percepção de prazer.
Está cada vez mais comum ver as empresas investindo em
experiências com alta dose emocional e sensorial para atrair consumidores. Isso
ocorre especialmente com as multinacionais atentas.
Baseado neste novo movimento comportamental de
consumo, podemos observar que, ao contrário do que se pensava, a loja física,
que tempos atrás foi condenada à extinção por conta da expansão do comércio
online, voltou a ganhar importância para o consumidor. Entretanto, o mercado
vem exigindo mais dos espaços e da criatividade das empresas.
Atualmente, os produtos e preços estão sendo
pesquisados e escolhidos online, mas a experiência e o atendimento ficam
responsáveis pela finalização da compra. Por isso, mais do que nunca, os
diferenciais estão nas experiências que as marcas proporcionam.
Quem nunca foi seduzido por uma loja com um aroma
fascinante? Puxado pelas mãos de uma criança atraída por um personagem para o
interior de uma loja? Quem não sentiu água na boca ao ver uma degustação? Até
uma fila, por incrível que pareça, atrai os curiosos... “Se é bom para ele, é
bom para mim!”, tendemos a pensar.
Seja qual for a estratégia escolhida, a experiência é
a nova macro tendência para atrair consumidores. Sistematizar isso passou a ser
uma das principais estratégias de grandes empresas e, por que não, das pequenas
também.
(*) é especialista e pioneiro no marketing de
experiência no Brasil e criador do termo “Experiencialize”. É palestrante,
publicitário formado pela Escola Superior de Propaganda e Marketing ,
pós-graduado em Gestão de Marketing pela FGV-SP e especialista em Business
Comunication pela International English Institute - CA (EUA).
Nenhum comentário:
Postar um comentário